sábado, 19 de janeiro de 2019

O Deus da Riqueza e a Deusa da fortuna

O Deus da Riqueza e a Deusa da fortuna

Que os deuses te abençoem!

Pluto o deus da Riqueza  

Pluto (em grego antigo: Πλοῦτος) ou Eniato(em grego antigo: Ἐνιάτος) , na mitologia grega, era um dos filhos de Deméter e do herói Iasião (também chamado Jasio ou Iásio). Era o deus da riqueza. Foi concebido em Creta.

Pluto
é um deus caridoso, que viaja sobre a terra e o mar, e quem o encontra se torna rico.
Pluto foi cegado por Zeus, por querer apenas distribuir riqueza às pessoas boas. Cego, Pluto não mais distinguia as pessoas boas das más.

 “Ó, a mais covarde de todas as divindades! (...).

Graças a ti foram descobertas, entre os homens, todas as artes e manhas: um de nós, sentado, remenda os sapatos, outro é ferreiro, outro ainda é carpinteiro... Outro ourives, com o ouro que lhe dás... E outro é gatuno, por Zeus, outro ainda é arrombador. E o tintureiro... E o que lava as peles... E o que amacia os couros... E o que vende cebolas...

(...) Carião e Crêmilo se entusiasmam ao perfilar que o dinheiro é a mola propulsora de tudo e de todos:
E o Grande Rei [chefes de Estado], por quem se dá ares, senão por ti? E a Assembléia [política], não é por causa dele que reúne? E então? E não és tu que dás de comer em Corinto ao exército mercenário? Não é graças a ele que Agírrio [vive de lucros] peida? E Filépsio [jogador] não trapaceia por tua causa? E as alianças [com ditadores] não são graças a ti? Não é por ti que Laís [a mais bela prostituta de Corinto] é amante de Filônides [desajeitado, mas muito rico]?

(...) Concluindo, Crêmilo aponta:
 E os negócios não se resolvem todos, graças a ti? Tu és de tudo o agente exclusivíssimo, quer do bem, quer do mal, fica-o sabendo. E, tocando os ombros de Pluto, diz até a guerra, não vencem os justos, os que têm razão, mas àqueles sobre os quais Pluto pousa."


(Aristófanes, em sua obra “Pluto – A Riqueza” 388 a.C.)
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Tique deusa da fortuna

Tique (em grego: Τύχη, transl. Tykhe, "sorte"), nos antigos cultos gregos, era a divindadetutelar responsável pela fortuna e prosperidade de uma cidade, seu destino e sorte – fosse ela boa ou ruim. Sua equivalente na mitologia romana era Fortuna.

A DEUSA DA FORTUNA

Tique era representada como uma deusa muito poderosa. Mas também cega, pois distribuía sua sorte e seu azar pelos ares, sem escolher um preferido para abençoar ou condenar.

Seus símbolos eram...

A Cornucópia: que simbolizava a abundância, sendo essa uma das "dádivas" da deusa. Sua cornucópia geralmente era representada como despejando ouro até não poder mais (tal como na imagem).

E a Roda da Fortuna: O símbolo medieval da Roda de Tique. Representando a Sorte, que gira sem parar, ás vezes parando em pontos altos ou baixos. Assim como a própria vida.

Tique não tinha muitos mitos atribuídos a ela. Pois é uma deusa que caminha muito próxima aos mortais. Alguns poemas de Homero a tratavam como filha de Zeus com Tétis.
A deusa da sorte foi muito adorada pelos romanos quando estes se apossaram da mitologia e religião gregas. Sendo uma divindade de extrema importância a eles. Uma das principais festividades romanos era o Festival da Fortuna, onde celebravam Fortuna (ou Tique, como prefiro).

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"O dinheiro é o meio através do qual se avalia o sucesso terreno".

-Livro: O homem mais rico da Babilônia 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

CHICO DA SILVA O MAIOR ARTISTA DO PIRAMBU


Chico da Silva ou Francisco Domingos da Silva, sem sombra de dúvidas foi um dos maiores, se não o maior pintor primitivista do Brasil e do mundo. Um homem simples, de origem humilde e analfabeto que construiu um legado artístico único e original na Arte Naif


Francisco Domingos da Silva nasceu no Acre, e aos 10 anos veio para o Pirambu, bairro pobre de Fortaleza.
Descendente de uma cearense e um índio da Amazônia peruana. Viveu na antiga comunidade de Alto Tejo. Em 1934, a família de Chico da Silva embarcou para o Ceará, indo morar em Fortaleza. Semi-analfabeto e muito pobre, por conta das condições sentiu-se obrigado pela vida a ter diversas profissões não relacionadas à arte (consertava sapatos e guarda-chuvas, fazendo fogareiros de lata para vender, entre outras), mas apesar de tudo, sendo autodidata, sempre arrumava tempo para ficar desenhanho nos muros dos barracos pelo Grande Pirambu com carvão e giz. 

Francisco Domingos da Silva - Chico da Silva - Técnic a Óleo sobre Tela,ano1948, Dimensões  135 cm x 88 cm.

O pintor suíço que visitava Fortaleza, Jean Pierre Chabloz, viu em muros e calçadas da Praia do Pirambu os desenhos de Chico e ficou maravilhado. Interessou-se por conhecer o autor dos desenhos. – é um índio – disseram os pescadores – quem anda fazendo essa "esculhambação" nas paredes dos outros. Nossos filhos não têm nada a ver com isso. É coisa de criança, mas quem faz é um cabocão que mora por aqui”.

Chico foi localizado e logo pensou que Chabloz fosse um fiscal da prefeitura ou algum proprietário de muro rabiscado. Quando já achava que seria preso, recebeu os parabéns do visitante e uma proposta tentadora. Receberia tintas e cartolinas para realizar uma série de pinturas. As que ficassem boas seriam adquiridas e pagas imediatamente. Estava começando a acidentada e esfuziante carreira artística de Chico da Silva.

Francisco Domingos da Silva - Chico da Silva - Francisco da Silva
Briga de galos 100 cm x 60 cm Acrílica sobre tela, ano 1972
           
Chabloz ensinou Chico da Silva a pintar com guache e passou a dar o material para que ele pintasse, além de comprar todas as suas telas - comprou mais de 40. Foi por intermédio dele que Chico da Silva expôs, pela primeira vez, no III Salão Cearense de pintura e no Salão de Abril de 1943, em Fortaleza. Em 45, junto com outros artistas cearenses, expõe na Galeria Askanasy e, durante a década de 50, suas obras vão ser vistas em várias galerias da Europa, conseqüência de um artigo a seu respeito no Cahiers d’Art, conceituada publicação francesa, que o considerou um pintor genuinamente primitivo.


  Deslumbrado com o dinheiro e a fama, Chico da Silva passa a gastar com álcool e mulheres; atento à supervalorização dos seus quadros, quer produzir cada vez mais, e passa a recorrer a ajudantes, na verdade meninos e meninas que pintavam os quadros que ele só assinava - cerca de 90% dos quadros com data posterior a 72 eram falsos. A esta altura o artista estava cercado de aproveitadores que o exploravam, exigindo cada vez uma produção maior, vendendo quadros de Chico em mercados, feiras e até na porta de hotéis, por valores ínfimos.

Em meio a denúncias de falsificação, Chico da Silva é indicado para expor na XXXIII Bienal de Veneza, em 66, onde recebe Menção Honrosa. Chabloz, decepcionado com os rumos que artista e obra tomaram, rompe com ele em 69, afirmando em um artigo do Jornal do Brasil, intitulado "Chico da Silva ou a ingenuidade perdida," que sua arte estava morta.

Francisco Domingos da Silva - Chico da Silva - Francisco da Silva, Técnic a Óleo sobre Tela, Dimensões
70 cm x 60 cm

O processo de decadência do artista se agrava com a morte da mulher, Dalva, em 75, e tem seu ápice em 1976, quando foi internado com cirrose hepática e tuberculose crônica, permanecendo um ano no hospital. Mesmo se recuperando fisicamente, Chico continuou bebendo e jamais conseguiu recuperar sua arte. O maior artista primitivo do Brasil, que imprimia nas suas pinturas toda a mitologia da região amazônica realizava através de uma expressão quase surrealista, e que está representado nas maiores coleções do mundo - como a da Rainha da Inglaterra - nunca teve suporte para estruturar sua carreira, apenas incentivos isolados, que o jogou em um meio desconhecido que o deslumbrou e, dentro do qual, sem orientação, acabou por perder-se.

Chico da Silva Falece na Cidade de Fortaleza em 1985. O grande escritor Francês de assuntos políticos e sociais  André Malraux o qualificou como um dos melhores artistas Naïfs do mundo.


Francisco Domingos da Silva - Chico da Silva - Francisco da Silva-Ave com Filhotes, Técnica Óleo sobre Tela. Ano 1973. Dimensões 64 cm x 52 cm


Referências e Créditos: 

Chico Da Silva Mac-USP

O fantástico mundo de Chico Da Silva

Chico Da Silva Itaú Cultura

Obras de Chico Da Silva (Francisco Domingos Da Silva)

Wikipedia: Chico da Silva, Pintor Brasileiro

Fortaleza em Foto: Chico da Silva, Rei das Artes, da Cachaça e dos Dragões

História da Arte - Chico Da Silva

Brasil Arte enciclopédia- Chico da Silva




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