Capa do Livro |
Livro criado em 2005 para uma exposição em homenagem ao nosso grande pintor Francisco Domingues da Silva, o famoso Chico da Silva.
Agradecimentos a Joana Franco que emprestou o livro que ganhou de herança do avô para podermos digitaliza-lo.
Parabenizo também ao Jorge Lima o idealizador do Projeto Pirambu Pensante que conseguiu resgatar um obra rara e quase que desaparecida.
Livro: Chico da Silva em três dimensões
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Francisco Domingos da Silva, nascido em 1910 (?), em Alto Tejo – AC, rabisca os seus primeiros desenhos a carvão e giz nas paredes de Fortaleza, principalmente na comunidade do Pirambu. De estilo inconfundível, Chico da Silva representou para o patrimônio artístico cearense uma verdadeira reinvenção da pintura através da sua simbologia, do seu colorido e de seu universo temático.
O artista nasceu em família humilde e não teve acesso aos estudos, o que, no entanto, não impediu seu trabalho de assumir várias dimensões artísticas. Descoberto na década de 40, após o artista plástico suíço Jean Pierre Chabloz deparar-se com seus muros e paredes de casas desenhados na Praia formosa, inicia-se nas artes plásticas com a técnica de pintura à guache.
Participou em 1943 das exposições coletivas do Salão de Abril e, em 1944, do III Salão Cearense de Pintura. Em 1945 expôs na galeria Askanasy, com Antônio Bandeira e Inimá de Paula, assim como na Bienal Latino-Americana de São Paulo. Em decorrência de sua amizade com Chabloz, suas obras transitaram o exterior de tal forma que, durante a década de 50, suas obras podiam ser encontradas em várias galerias da Europa.
Dentro do movimento artístico NAÏF, é considerado um “gênio primitivista” no Brasil. As características do seu trabalho remetem, segundo Jean Pierre Chabloz, a lendas amazônicas, recordações da infância, ritos e práticas mágicas, entre outros elementos transpostos poeticamente para a arte, através de símbolos que formam a distinção do seu Universo cultural. Sua arte teve grande aceitação coletiva, mediante sua evocação poética e seu estilo arcaico, assim referido pelo seu descobridor.
Após seu retorno da Europa no início da década de 1960, Chabloz apresenta Chico da Silva ao Reitor Antônio Martins Filho, sendo contratado, para desenvolver atividades no MAUC , entre 1961 e 1963. Em 1961, participa da exposição de instalação do Museu, com 6 guaches, segundo registrado no catálogo.
Nascido artisticamente no Ceará, Chico da Silva conta com uma sala permanente do MAUC, na qual a maior parte do acervo corresponde as obras que participaram e receberam a Menção Honrosa na Bienal de Veneza de 1966.
Por intermédio da Pró-Reitora de Extensão, Profª. Marcia Machado, em 2014, Vera Bezerra doou ao MAUC, uma coleção com 40 obras, todas guaches sobre cartão. O total de obras pertencentes a instituição hoje corresponde a um total de 78 telas, dentre as quais 12 quadros participaram da 33° Bienal de Veneza em 1966, recebendo o prêmio de “Menção Honrosa”.
O artista faleceu em 5 de dezembro de 1985, após passar por um período de turbulência na sua vida, quando, inclusive, foi internado. Considera-se ainda que há uma dívida da comunidade intelectual pela contribuição de Chico da Silva para a arte e para a cultura do Brasil.
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