Bairro Pirambu: Da extrema miséria á Classe Média |
O desenvolvimento econômico do Bairro Pirambu
O bairro Grande Pirambu foi muito conhecido na década de 60 em diante como um bairro de miseráveis, de flagelados e marginais. Esses preconceitos foram criados pela mídia da época, assim como nos dia de hoje ainda o faz, prejudicando o nome do Bairro. Porém depois das mudanças sociais realizadas pelo grande Padre Hélio Campos e seu sucessor o Padre Caetano, junto com a Igreja Católica e a sociedade Civil organizada do Pirambu, aos poucos as coisas foram mudando.
A História econômica do Bairro Pirambu
A partir dos anos 2000, o bairro do Grande Pirambu deu um salto de qualidade de vida dos moradores, isso influenciado pela economia Brasileira que começou a crescer depois da implantação do Plano Real e o início das grandes importações de matérias primas para a China. Com tudo isso acontecendo, a entrada do Governo do PT em 2002, expandido e criando diversos projetos sociais e de assistencialismo que logo chegaram ao Bairro, contribuiram ainda mais para o desenvolvimento do local.
O desenvolvimento do Bairro se deu por diversas iniciativas privadas de empreendedores locais, ongs , iniciativas do governo, escolas Técnicas, igreja etc. Tudo isso contribuiram para o Pirambu hoje se tornar um exemplo de bairro que saiu da extrema miséria para a classe média.
(Matéria exibida em 24 de maio de 2019 no programa Diário na TV.)
Economia do Bairro Pirambu |
Mesmo com os reflexos da crise econômica dos últimos anos, o mercado consumidor das periferias está crescendo em todo o País, inclusive em Fortaleza. Segmentos como o de alimentação no domicílio, material de construção, vestuário, higiene pessoal e medicamentos são os mais expressivos no bairro Pirambu, na Capital.
Segundo levantamento da Outdoor Social, empresa voltada para classes populares, esses setores representam juntos mais de 36% da economia local. A pesquisa aponta ainda que o potencial de consumo das famílias da comunidade foi de R$ 246 milhões em 2018, uma alta de 37,2% em relação a 2016, quando esse poder de compra chegou a quase R$ 180 milhões.
“Quando falamos de comunidade, sempre falamos de um consumo interno de casa muito grande. Então, quanto maior a crise, maior é a alimentação dentro de casa, como os conteúdos pré-pagos e material de limpeza. Quando você está em um cenário mais recessivo esses segmentos são aquecidos. A primeira coisa que você vai cortar quando você está apertado é o lazer e fazer as coisas dentro de casa”, explica a fundadora da Outdoor Social, Emília Rabello.
De acordo com ela, a classe média é quem mais sofre nos momentos de crise porque é este estrato social que consome mais os produtos supérfluos. “A comunidade, mesmo por ter essa característica de adaptabilidade da informalidade, do bico, consegue se virar mais prontamente, tem mais criatividade para se tornar um ambulante, mesmo que seja momentaneamente, todas as ações de microempreendedor individual que você possa imaginar”.
Diante dos impactos da recessão, o Pirambu consegue manter um comércio dinâmico e ativo, mesmo com limitações sociais e econômicas dos moradores. No bairro, predominam estabelecimentos comerciais, como supermercados, salões de beleza, farmácias, lojas de material de construção, de roupas, de calçados e de itens de beleza. Segundo o levantamento da Out-door Social, 21,09% do potencial de consumo são referentes ao segmento de alimentação no domicílio, cujo impacto na economia local foi de mais de R$ 124 milhões no ano passado.
A pesquisa da Outdoor Social informa que o mercado consumidor do Pirambu tem cerca de 46 mil habitantes. Para o diretor-geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) e professor da Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), João Mário de França, a comunidade é um mercado com alto poder de consumo, principalmente, nos segmentos de alimentação em casa, material de construção e vestuário.
“Isso deve gerar um impacto muito grande no comércio local, nos pequenos estabelecimentos, e gera um efeito de renda muito localizado. Certamente, é um mercado de consumo que tem um potencial muito grande de expansão e dinamismo, mas que está muito atrelado à economia. Se a economia estiver indo bem, esse mercado se expande mais, e o consumo aumenta, gera mais renda. Mas se a economia não tiver indo bem, gera imediatamente uma forte retração”.
“Isso deve gerar um impacto muito grande no comércio local, nos pequenos estabelecimentos, e gera um efeito de renda muito localizado. Certamente, é um mercado de consumo que tem um potencial muito grande de expansão e dinamismo, mas que está muito atrelado à economia. Se a economia estiver indo bem, esse mercado se expande mais, e o consumo aumenta, gera mais renda. Mas se a economia não tiver indo bem, gera imediatamente uma forte retração”.
Além disso, grande parte desse consumidor gasta para o consumo em casa, como revela a pesquisa. “O público de baixa renda procura mesmo a alimentação no domicílio porque é muito mais econômico. Se você passa para a classe média, certamente a primeira coisa que você sacrifica é o lazer, e aí tem o restaurante. Esse é o primeiro item que sofre na crise econômica. Aqui mesmo em Fortaleza, tem estabelecimentos fechando as portas porque a demanda por este tipo de serviço caiu com a crise”, avalia.
Ainda de acordo com o levantamento, outro segmento de bastante relevância no Pirambu são as lojas de material de construção. Com espaço de crescimento cada vez maior, este tipo de estabelecimento gerou na comunidade, no último ano, mais de R$ 29 milhões, com uma representatividade que chega a quase 5% do total. Já os segmentos de vestuário, higiene e cuidados pessoais movimentam anualmente R$22 milhões e R$19 milhões na comunidade, respectivamente. Os dois representam mais de 7% do total.
Para o professor da UFC, estes são segmentos que possuem muita representatividade no comércio local e movimentam a economia do Pirambu com lojas de familiares e de pessoas que vivem há anos no bairro. “Sem dúvida, é um mercado dinâmico, que está mudando muito. O tipo de consumo está mudando também, mas ainda assim é muito afetado pela crise econômica porque quando o emprego diminui, quem mais sofre são os indivíduos que têm menos qualificação, e geralmente esse tipo de perfil que a pesquisa está estudando está muito ligado à baixa qualificação e tem dificuldade de voltar ao mercado de trabalho com as mesmas condições que tinham anteriormente”, comenta.
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